O Projeto Paraíba Grande Nomes prossegue com seu calendário de exposições sobre as personalidade do Estado da Paraíba

A exposição do Projeto Paraíba Grandes Nomes foi iniciada nesta sexta-feira, 11 de outubro, na Estação Cabo Branco (Estação Ciência), João Pessoa-PB e deverá ficar no local até o próximo dia 15. A exposição também está sendo exibida, paralelamente, na Escola Machado de Assis, no Distrito de Campinote, zona rural de Lagoa Seca.

A exposição é parte integrante do projeto “Paraíba Grandes Nomes: A Xilogravura e o Cordel, Apresentando Importantes Personalidades do Estado” que já passou pelos municípios de Aparecida, São Bento, Sousa, Sapé, Cajazeiras, Cuité, Barra de Santa Rosa, Gurinhém, com visitação de centenas de estudantes, professores e o público em geral.

Recentemente, a exposição esteve exposta por 10 dias no Casarão Zé Rufino, no município de Areia, durante o período que envolveu o evento Brega Areia.

"Em cada lugar temos experiências singulares de interesse do alunado e da população por esses valores paraibanos que de alguma maneira fazem parte do nosso próprio sangue. Penso que após concluirmos esses compromissos iniciais com o MINC e com o BNB, deveríamos levar esse projeto para todas as escolas do Estado, senão para todos os municípios", disse o sociólogo, escritor e artista plástico Josafá de Orós, que coordena o Projeto.

"Tenho aprendido que o povo gosta de coisa boa e de novidades, mas, vejo que a oferta direta ainda não faz parte da nossa política cultural. Estamos avançando, mas, muito lentamente". "Além disso, o envolvimento de professores de história, literatura tem inovado e qualificado os resultados que a mostra produz", destaca Orós.


O Nordeste é um celeiro de grandes nomes, dos quais, infelizmente, pouco se fala. São intelectuais, políticos, artistas dos mais diversos ramos da criação humana, nascidos nestas terras ensolaradas que conquistaram com esforço e bravura um lugar na história e que, fora das nossas fronteiras, essas figuras são largamente estudadas e aplaudidas. Para divulgar estes nomes paraibanos, Josafá de Orós, vem mostrando esse prodigioso acervo através de exposição itinerante composta por 30 painéis onde são apresentadas as personalidades através da xilogravura e de versos em formato de cordel.

O Paraíba Grandes Nomes apresenta a grandiosidade de personalidades como João Pedro Teixeira, por ser este um dos primeiros mártires dos conflitos agrários no Nordeste; Félix Araújo, que sendo soldado raso nos campos da Itália, instigava seus pares à vigilância da democracia então ameaçada; o gênio de Celso Furtado que foi certamente um dos economistas brasileiros mais conceituados do mundo, no entanto tão pouco comemorado no seu país e muito menos no seu Estado. O projeto apresenta ainda poetas como Manoel Camilo dos Santos, autor do onírico clássico Viagem a São Saruê; o genial guerreiro da cultura Ariano Suassuna; o multi-instrumentista Sivuca; Zé da Luz com a projeção de um Brasil matuto; Antonio Bento exímio crítico de arte e personagem paraibano na obra Macunaíma de Mário de Andrade; Melo Leitão o fundador da aracnologia na América do Sul; Pinto do Monteiro, um dos maiores vates da viola nordestina; Margarida Maria Alves, expressão de ponta no reclame pela justiça camponesa; Anayde Beiriz poetiza que influiu sobre a Revolução de Trinta na Paraíba; mas ainda expoentes como José Lins do Rego, Zé Américo, Pedro Américo, Augusto dos Anjos, Miguel Guilherme, e mais paraibanos, uns com certa evidência, outros habitando na penumbra da frágil memória, quando não, no breu do esquecimento que aqui estão lembrados no cordel e na xilogravura de Josafá de Orós.

“Para construir um projeto memorialístico dessa magnitude e tão necessário a valorização da nossa cultura e ao fortalecimento do nosso povo, nos debruçamos sobre amplo e maravilhoso acervo, para – feito barro nas mãos do oleiro - moldá-lo, sob a égide do frondoso universo da poesia popular, e apresentarmos nomes tão singulares quanto poderosos que o nosso Estado fartamente vem produzindo ao longo de séculos”. “Com este projeto lançou-se apenas uma ideia e uma provocação”, destaca Josafá, enfatizando que “em algum momento haverá a Paraíba de dignar-se a desenvolver robusto programa memorialístico estadual evidenciando as grandes presenças paraibanas através das suas pontuações originais, dos seus extraordinários feitos, quando não também de suas presenças graciosas e pitorescas, pelos elementos simples que nos engrandecem enquanto povo”.

Ele destaca que “o Ministério da Cultura (através da Lei Rouanet) e o BNB quando se juntam nesse esforço demonstram que nunca é tarde para salvar a pátria pela cultura, e, no cumprimento de seus papéis de incentivadores oferecem dignidade à formação do nosso povo, tão assediado pelo exógeno e, cada vez mais, povo que cada vez mais vem se apresentando como carente de alma própria”.

Outras informações sobre o projeto através do e-mail josafadeoros@gmail.com e do telefone (83) 9313-0959, com Josafá de Orós.

(Rosenato Barreto)