Os municípios de Sapé e Gurinhém (mesorregião da mata
paraibana) receberão a exposição Paraíba Grandes Nomes neste dia 7 de agosto
(quarta-feira) e deverá ficar nos locais até o próximo dia 17 do mesmo mês. Em
seguida, a mostra seguirá para o Festival Universitário de Inverno de Cuité e
para o Espaço Nordeste do município de Barra de Santa Rosa, ambas no Curimatau
do Estado.
Em Sapé, a exposição ficará na Biblioteca Augusto dos Anjos e a abertura será às 20h. Em Sapé a mostra está sendo recebida pela Secretaria
Municipal de Educação e pelo Projeto de Incentivo a Leitura, liderado pelo
escritor e ativista cultural Jairo Cézar. Em Gurinhém o Espaço Nordeste, sob a
coordenação da ativista Cultural Marília e parceiros locais.
A exposição é uma ação do Projeto de Incentivo à Leitura na Escola da Secad Sapé em parceria com Josafá de Orós. A exposição é parte integrante do projeto “Paraíba
Grandes Nomes: A Xilogravura e o Cordel, Apresentando Importantes
Personalidades do Estado” que já passou pelos municípios de Aparecida, São
Bento, Sousa e Cajazeiras, com visitação de centenas de estudantes, professores
e o publico em geral.
O Nordeste é um celeiro de grandes nomes, dos quais,
infelizmente, pouco se fala. São intelectuais, políticos, artistas dos mais
diversos ramos da criação humana, nascidos nestas terras ensolaradas que
conquistaram com esforço e bravura um lugar na história e que, fora das nossas
fronteiras, essas figuras são largamente estudadas e aplaudidas. Para divulgar
estes nomes paraibanos, o sociólogo, escritor e artista plástico Josafá de
Orós, vem mostrando esse prodigioso acervo através de exposição itinerante composta
por 30 painéis onde são apresentadas as personalidades através da xilogravura e
de versos em formato de cordel.
O Paraíba Grandes Nomes apresenta a grandiosidade de
personalidades como João Pedro Teixeira, por ser este um dos primeiros mártires
dos conflitos agrários no Nordeste; Félix Araújo, que sendo soldado raso nos
campos da Itália, instigava seus pares à vigilância da democracia então
ameaçada; o gênio de Celso Furtado que foi certamente um dos economistas
brasileiros mais conceituados do mundo, no entanto tão pouco comemorado no seu
país e muito menos no seu Estado. O projeto apresenta ainda poetas como Manoel
Camilo dos Santos, autor do onírico clássico Viagem a São Saruê; o genial
guerreiro da cultura Ariano Suassuna; o multi-instrumentista Sivuca; Zé da Luz
com a projeção de um Brasil matuto; Antonio Bento exímio crítico de arte e
personagem paraibano na obra Macunaíma de Mário de Andrade; Melo Leitão o
fundador da aracnologia na América do Sul; Pinto do Monteiro, um dos maiores
vates da viola nordestina; Margarida Maria Alves, expressão de ponta no reclame
pela justiça camponesa; Anayde Beiriz poetiza que influiu sobre a Revolução de
Trinta na Paraíba; mas ainda expoentes como José Lins do Rego, Zé Américo,
Pedro Américo, Augusto dos Anjos, Miguel Guilherme, e mais paraibanos, uns com
certa evidência, outros habitando na penumbra da frágil memória, quando não, no
breu do esquecimento que aqui estão lembrados no cordel e na xilogravura de
Josafá de Orós.
“As nossas escolas – que muitas vezes levam os nomes
dessas personalidades - precisam, pois, conhecer os seus heróis de carne e osso
e, na pretensão de preencher tal lacuna, temos escrito plaquetes, muitas vezes
já em forma de cordel ressaltando alguns traços desses personagens. O que
vínhamos fazendo por nossa conta e risco tem agora a aquiescência e a
sensibilidade do Ministério da Cultura e do Banco do Nordeste do Brasil, estes
se revelando por sua vez, como entes visionários, leitmotiv no âmbito cultura,
esboçando interessantes diretrizes para o nosso desenvolvimento nacional num
contexto de globalização de inspiração demagógica e excludente. Visões como
essa do BNB, não têm apenas forjado suas próprias políticas institucionais
internas, mas vêm promovendo sobre o mundo empresarial e sobre as políticas
públicas, mudanças estruturais nas formas dessas instituições e empresas
lidarem com o saber, notadamente sobre os âmbitos da cultura e da arte”, disse
Josafá de Orós, coordenador do Projeto. Para ele, “quem investe em cultura tem
retorno garantido e, toda empresa com mentalidade no século XXI, cada vez bem
mais, sabe disso”.
“Para construir um projeto memorialístico dessa magnitude
e tão necessário a valorização da nossa cultura e ao fortalecimento do nosso
povo, nos debruçamos sobre amplo e maravilhoso acervo, para – feito barro nas
mãos do oleiro - moldá-lo, sob a égide do frondoso universo da poesia popular,
e apresentarmos nomes tão singulares quanto poderosos que o nosso Estado
fartamente vem produzindo ao longo de séculos”.
“Com este projeto lançou-se apenas uma ideia e uma provocação”, destaca
Josafá, enfatizando que “em algum momento haverá a Paraíba de dignar-se a
desenvolver robusto programa memorialístico estadual evidenciando as grandes
presenças paraibanas através das suas pontuações originais, dos seus
extraordinários feitos, quando não também de suas presenças graciosas e
pitorescas, pelos elementos simples que nos engrandecem enquanto povo”.
Ele destaca que “o Ministério da Cultura (através da Lei
Rouanet) e o BNB quando se juntam nesse esforço demonstram que nunca é tarde
para salvar a pátria pela cultura, e, no cumprimento de seus papéis de
incentivadores oferecem dignidade à formação do nosso povo, tão assediado pelo
exógeno e, cada vez mais, povo que cada vez mais vem se apresentando como
carente de alma própria”.
Outras informações sobre o projeto através do e-mail
josafadeoros@gmail.com e do telefone (83) 9313-0959, com Josafá de Orós.
(Rosenato Barreto)